sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Arrsénio, um beim-haja!


Orra viva migas, a trropa tem estade de bouca fecháda porr duas razões muite simples:
1- Tambéim têmes dirreite a férrias.
2- Agorra anda porr aí grranda carrdume de mosquites e na querrêmes que s'enfie nenhum pla garrganta adentrre porr causa do colestrrol.
Orra esta estórria passou-se numa bela tarrde d'Agôste. Íames eu amáis du Manel da avenida da luísa, ali a passarr pla clínica do Tiago. Virra-se prra nós dum soce bem parrecide (que viémes a sabêrre que se chama Arrsénio), coa sua camisa ós códrrades, a calça vincada e uns dentes a mênes, e diz, em jeite de quem prrócurra ajuda (vou passarr a trradezirr o diálego com aluns corrtes e aparrtes)... (ah, é verrdade, pode ferrirr a susceptiblidade dos mini-soces. Imaginem d'uma bolinha encarrnada lá em cima à drrêta):
Arrsénio- Olhem, amigues, boas tarrdes. Epá, a pelícia cagente tem d'hoje em dia é uma merrda! Tou há mais de meia horra a pedirr ajuda prra passarr a merrda da passadeirra que tá ó lade da esquadrra e os cabrrões dos farrdades na m'ajudam! Podem m'ajedarr fachavôrr?
Nós- Pôs clarre, miga! (cabrrão do mitrra deve querrerr subtrrairr-nes as carrteirras).
Arrsénio- É qu'ê na tou a guezarr! Iste na é prrós apanhades! Eu sou quase cegue, migues! Estes bófias é que são uma merrda!............. Vocês na são pelícias, pôs não?
Nós- Trranquile, soce! Tá em boas mãos!
(E lá s'agarrou ó Manel. Só andava quande erra emperrade e mesme assim arrastava dos pés munta devagarrinhe)
Arrsénio- Oh migues, nós vivemes duma estrrumeirra. É cada um porr si e na há nada prrós outrres! Se na fosse da minha melherr e da minha filha, quié engenhêrra, morria à fome!
(Entrretante tambem falou do desgôste de venderr uma quinta e que a reforrma dele na chegava aos 50 côntes. Depôs é que começou a animarr. Chegámes à esquadrra e eu entrrei, enquante co Manel ficou com o soce lá forra)
Zé- Olhe desculpe lá, mas aquele soce tá necessitade duma pata miga e ê semprre ouvi dzêrr cus pelícias erram as migas du pôve. Aquele sóce lá forra...
(Nêsse memente, o Manel disse ó home cagente táva a porrta da esquadrra)
Arrsénio (lá forra aos bérres)- AI TAMES À FRRENTE DA PELÍCIA?! É QUÊ SOU UM SOCE DE DIZERR AS COISAS NA CARRA DAS PESSOAS AMIGUE! PUTA QUE OS PARRIU, CABRRÕES DUM RRÁI NA AJUDAM UM VELHE DE 62 ANES A ATRRAVESSARR A ESTRRADA, CARRALHE QUE OS FODA!
(A gente já na conseguia aguentarr o rise!)
Zé (continuande)- ... precisava de ajuda prra atrravessarr a passadeirra e prra irr até ó quiosque do Aníbal, prruque tem prreblemas de vista.
Shôrr Pelícia de metrre e noventa- Já perrcebi. O quiosque do Aníbal é à frrente du méquedonalds.
Zé- ...
Shôrr Pelícia de metrre e noventa- ...
(Perrcebi logue cu Arrsénio tinha razão. Saí da esquadrra e ajudámes o soce a passarr a estrrada e lá fomes nós em dirrecçao ao méquedonalds, a 1 métrre porr minute)
Arrsénio- Pá soces, mas nem tude é mau. Olha, eu porr dia vióle umas trrês ou quatrre virrgens! Passam porr mim, agarro-as lógue! Sinte-lhes o cheirre! Já sabem côme é que é: um sentide falha, os outrres ficam mais apurrades!
Manel- Atão, mas o migue na erra casade?
Arrsénio- Sou casade mas na sou capáde!
Nós- Que senhôrr!
Arrsénio- Soces, na é prra me gabarr, mas a minha pila... Uii! Na é muite grrande, mas têm uma cabeça! Aquile quande entrra rompe tude! Eu pessoalmente prrefirre as virrgens prruque têm ali duma cona aperrtadinha, na é cômá minha melherr. Já tem quase 60 anes. Tem as borrdas ali, parrece dum alguidarr porr lambêrr!
(Távames a passarr pla prráça du becáge... e passa porr trrás de nós, sem ninguém reparrárr, uma brrasileirra com um trraseirre que se fôsse assáde e temperráde com sal, fazia conquerrência às sarrdinhas)
Arrsénio- Pela voz desta parriga aqui atrrás, é moça de tesão.
(Eu e o Manel que na tinhames reparrade nela ó prrincípe, ficames côa boca mais aberrta có esgôte lá du Naval)
Arrsénio- É cômê digue... Um sentide falha, os outrres... PUMBA!
(Mais à frrente passa uma melherr conhecida do nosse novo migue...)
Marria- Olhó Arrsénio! Tão soce, queim são estes mitrras?
Arrsénio- Marria, és tu? Ápá, são mês prrimes! Já violámes umas seis virrgens juntes! Eh Marria tou même on firre, parrto tude, hoje!
Marria- Na me parrtas é a mim!
Arrsénio- Tá beim, lógue se vê Marria... Lógue se vê!
(A Marria vai emborra)
Arrsénio (baixinhe)- Coitada... O marrido já na a fode... ê ó mênes inda dou fodas. Já na são é tã boas comérrem dantes. Ele anda mái murrche.
(Finalmente chegames ó quiosque com as bocas em chau de tante rirr)
Arrsénio- Eh migas obrrigadíssime! Quande me virrem aí da rua, chamem, quêu na vos dêve verr. O códigue é "VIRRGINDADEEES!".

Encontrrem-me este soce e façam-no sêrr um figúrra típica setubalense, plo amôrr da santa!
Este mumente bem passáde tambéim tem o sê significáde... Ajudem dus velhinhes a atrravessarr da estrrada e qualquerr outrra pessoa que prrecise, há pelícias má rés e na escrrevam textes num blog de janela aberrta e luz ligada que já tenhe mais sete berrbulhas novas.

Zé do Chapéu de Palha

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